Guias de Viagens de Caniço

Situada na costa oriental da Madeira, no concelho de Santa Cruz, a pequena povoação de Caniço, com uma área de apenas 12 km2, é um dos destinos mais procurados pelos turistas que visitam aquela ilha. Chegar a esta localidade é fácil, já que se encontra muito próxima do Aeroporto da Madeira, assim como do Funchal, a capital do arquipélago. Consulte os voos disponíveis a Caniço e comece já a preparar a sua viagem!

A cidade encontra-se a cerca de 12 km do Funchal, pela antiga estrada regional 101 e a cerca de 6 km pela via rápida.

A história de Caniço remonta ao século XV, altura em que foi descoberta a ilha da Madeira e em que as suas terras foram divididas entre os capitães-donatários João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira. O nome "Caniço" deriva da planta com o mesmo nome, que naquela altura cobria a região. Juntamente com o Funchal e Machico, Caniço foi uma das primeiras porções de terra a serem povoadas e onde não demorou a cultivar-se a terra.

Hoje em dia, o ambiente sossegado que transmite a costa de Caniço de Baixo, aliado às características únicas da sua flora, geografia e, sobretudo, fauna marítima local, tornaram o Caniço num importante pólo turístico da região da Madeira. Por isso a oferta de hotéis, apartamentos, vilas e bungalows existente nesta localidade é muito variada. Dê uma espreitadela às nossas ofertas e faça já a sua reserva!

Na zona oeste da linha costeira do Caniço é possível observar uma geografia acidentada. É esta a zona que integra a Reserva Natural do Garajau. No cimo da encosta, encontra-se um conjunto de vivendas num ambiente peculiar, que atrai muitos turistas. São muitos os que acabam por se mudar para esta localidade ou alugar estas vivendas durante as férias, para gozar do merecido descanso longe da hotelaria tradicional.

Uma vez que a costa do Garajau é mais íngreme que a encosta do Caniço de Baixo, este é um local pouco propício à edificação. Quem ganha são os visitantes, que assim podem gozar de uma paisagem natural ainda intacta, onde é possível encontrar plantas de funcho, e animais silvestres como codornizes e perdizes.

O Caniço é também um óptimo destino para os amantes do mergulho. Nas águas transparentes do Garajau é possível encontrar moreias, enguias e inúmeras espécies de peixes coloridos. Há ainda um sem fim de grutas submarinas de beleza inigualável para descortinar debaixo de água. Tal como é habitual na ilha, o clima em Caniço é sempre ameno, com temperaturas que oscilam entre os 17º e os 22º. No entanto, é um pouco ventoso, pelo que transmite uma sensação térmica ligeiramente mais baixa do que outras freguesias com o mesmo clima.

Uma das razões pelas quais os visitantes procuram o Caniço é pela alta qualidade das suas praias. Ponto de encontro com a natureza, a pequena Praia dos Reis Magos, em Caniço de Baixo, é uma das mais procuradas da região e constitui um cantinho do paraíso. Trata-se de uma praia de calhau, com a água clara e límpida, sem grandes luxos, mas com as infra-estruturas necessárias para que possa relaxar sem preocupações ao sol. Os amantes dos desportos náuticos encontrarão nesta praia uma ampla oferta de actividades para ocupar os seus tempos livres, tais como o kitesurf, o windsurf, o surf e a vela, entre outras.

Também é nesta zona que se encontra o Complexo Balnear Lido Galomar, uma iniciativa privada que pertence a um empresário de nacionalidade alemã. Trata-se de uma zona balnear assente nas rochas vulcânicas do local. Aqui, encontra-se ainda uma escola de mergulho onde poderá receber formação para se iniciar nesta actividade, se não tiver experiência.

Criada em 1986 pelo governo regional da Madeira para proteger uma área do litoral madeirense que funcionasse como viveiro, a Reserva Natural do Garajau é um dos ex-líbris de Caniço. Trata-se da única reserva exclusivamente marinha do país, ocupando uma área de 376ha, e graças à sua localização geográfica, à sua riqueza biológica e à clareza das suas águas, tem recebido cada vez mais visitantes ano após ano.

Os fundos desta reserva são constituídos por rochas, até os 22 metros de profundidade, e de areia fina ou concha moída a partir daí. Entre as espécies marinhas que é possível observar sob as águas do Caniço há peixes de grande porte, como os meros, e outras espécies como os sargos, moreias e enguias de jardim. No Verão, é possível encontrar ainda grupos de urjamantas, lírios e, com alguma sorte, tartarugas.

Se gosta de caminhadas, aceite a nossa sugestão e descubra a Levada da Azenha, um percurso pedestre que se encontra bem perto do "coração" do Caniço. O percurso, de 1,3 km, compreende o Caminho Velho da Azenha e o Caminho Velho do Castelo, que percorrem a Levada da Azenha até ao moinho da Vitória. Como a vegetação não é muito densa, recomenda-se o uso de protector solar, para evitar a sobreexposição. O passeio dura cerca de uma hora e vale bem a pena!

Entre o património histórico de Caniço, o Forte de São Sebastião é sem dúvida a edificação mais importante. Foi construído no Pico da Atalaia, como resposta aos ataques perpetrados pelos piratas que, em 1566, causaram grandes prejuízos em bens materiais e vidas humanas na cidade do Funchal. O forte tornou-se num lugar estratégico para vigiar a costa marítima, sendo hoje um importante ponto turístico do Caniço. A majestosa estátua do Cristo Rei, também conhecido como o Cristo do Garajau, encontra-se no topo de uma colina que se precipita em ravina em direcção ao mar. Local de visita obrigatória, esta estátua está voltada para o mar, já que foi construída em 1927, numa altura em que as ligações da Madeira com o exterior eram processadas por via marítima, e o objectivo era dar as boas-vindas aos forasteiros.

A Capela de Nossa Senhora da Consolação, no Sítio da Quinta, é um dos monumentos religiosos de maior interesse na localidade de Caniço. Foi mandada construir no final do século XVI pelo morgado daquela terra, Aires de Ornelas de Vasconcelos, e ainda hoje recebe uma missa dominical todas as semanas e uma festa a 1 de Novembro.

Outra capela importante é a Capela da Mãe de Deus, também conhecida como capela da Madre de Deus. Encontra-se no sítio da Mãe de Deus e foi construída em 1536, por disposição testamentária de Isabel Álvares e Leonor Álvares. Declarada imóvel de interesse público em 1940 é um bom exemplo da arquitectura gótica e manuelina.

Destaca-se o conjunto de painéis a óleo, atribuídos à Escola Portuguesa de meados do século XVI, que representam as figuras de São Tiago Maior, São João Baptista, Santa Catarina de Alexandria e Santo António. A imagem da Madre de Deus, esculpida em madeira dourada e situada no centro do retábulo, datada do século XVI, também merece destaque.

Além destas duas capelas, existem outras igrejas no Caniço, como a Igreja Matriz, ou a Igreja da Assomada, que também gostará de conhecer.

Uma característica da gastronomia que poderá experimentar em Caniço é o facto de quase todos os produtos utilizados na cozinha serem produzidos na região. Os legumes como a cebola, alface, banana, batata, nabo, cenoura e couve, entre outros, são plantados no Caniço para consumo próprio e também para abastecer os mercados da região.

O Caniço é considerado a terra das cebolas, já que antigamente era um dos produtos que mais se comercializava e ainda hoje é aqui que se produz a maior quantidade de cebolas da região. Este é, por isso, um ingrediente que sempre marca presença nos pratos da região.

Tal como nas outras localidades da Madeira, a gastronomia no Caniço é marcada pela sua situação geográfica e pela mistura de sabores simples. Dada a sua proximidade ao mar, muitos dos produtos mais privilegiados nos pratos típicos da região são o peixe e o marisco.

No entanto, na maioria dos casos, o peixe e o marisco utilizados nos restaurantes da freguesia são provenientes da pesca amadora ou de outras zonas da ilha, já que as águas do Caniço, ricas em grande variedade de peixe, funcionam como viveiro, contribuindo para o repovoamento das áreas litorais adjacentes.

As lapas grelhadas, o polvo e o camarão, os bifes de atum e os filetes de peixe-espada são alguns dos pitéus regionais que podem ser encontrados em muitos restaurantes do Caniço. Não deixe de experimentar!

A "espetada" (carne de vaca em pau de louro), acompanhada de milho frito e do famoso bolo-do-caco madeirense, com manteiga d’alho, é outro dos pratos com que se poderá deliciar, durante a sua estadia no Caniço.

Mas também são muito populares o cuscuz caseiro, a sopa de trigo, o pão caseiro amassado com batata-doce e a carne de vinha d’alhos, uma especialidade típica do Natal, à base de carne de porco frito.

Na doçaria, o destaque vai para o bolo-de-mel, um dos mais populares doces da época natalícia, feito com frutos secos, mel de cana-de-açúcar e especiarias. A queijada madeirense, à base de requeijão, o bolo formigueiro e os bolos de laranja, maçã, chocolate e bolacha são também muito requisitados.

O mesmo acontece com os pudins, soufflés, mousses e gelados à base de frutos exóticos, como a papaia, a manga, o abacate, a anona ou o maracujá, típicos da Madeira.

Entre as bebidas tradicionais, destaca-se o Vinho da Madeira, devido à sua popularidade a nível internacional. No total, existem mais de 30 castas deste néctar dos deuses, sendo as mais prestigiadas o Sercial, Boal, Verdelho e Malvasia. Outras bebidas que poderá experimentar no Caniço são a poncha, a nikita, os licores caseiros, o pé de cabra, a cerveja coral e a brisa maracujá.

Tal como no resto da ilha da Madeira, o Carnaval é celebrado em grande no Caniço, com desfiles, muita música e cor a animar as ruas da localidade. Assinala-se entre Fevereiro e Março e as festividades animam a cidade durante cerca de um mês.

No entanto, uma das festividades mais importantes da freguesia é a Festa da Cebola. Realiza-se todos os anos, em Maio, e tem como objectivo contribuir para a divulgação e promoção deste vegetal, reunindo agricultores, madeirenses e turistas. Inclui um cortejo onde a cebola é a estrela, servindo como decoração de tractores e casas, entre outros.

Aqueles que não dispensam a boa gastronomia regional, não devem faltar às Noites da Promenade do Caniço de Baixo, que incluem no programa uma Semana Gastronómica que atrai todos os anos milhares de visitantes de todos os pontos da ilha. Neste evento, participam várias bandas musicais e alguns restaurantes e bares da freguesia.

No que toca às celebrações de cariz religioso, a Igreja Matriz celebra o dia de Santo Antão no primeiro domingo a seguir a 15 e Janeiro, que se inicia com uma missa ao final da tarde do sábado anterior.

Já no último domingo de Junho é assinalado o Santíssimo Sacramento, a chamada festa das flores. Um dos pontos em destaque desta festa é a criação de um tapete de flores que ocupa todo o percurso da procissão, a seguir a uma missa na Igreja da Assomada.

Esta festa começa no sábado, com uma missa ao fim da tarde, seguindo-se uma procissão no domingo, com saída do andor da Virgem e a festa do Santíssimo Sacramento, na segunda-feira seguinte, com mais um tapete de flores a decorar as ruas.

Já em Setembro, mais concretamente no segundo domingo do mês, presta-se homenagem à Nossa Senhora do Livramento, na Igreja Matriz. Esta festa é aquela que é celebrada com maior pompa e solenidade e consiste numa romaria, que se celebra há séculos, em que participam residentes e emigrantes.