Kanazawa

A Meca do artesanato

Quantas vezes sonhámos ter uma máquina do tempo para podermos viajar a qualquer momento da história e conhecer os seus segredos em primeira mão? Pois poderia dizer-se que Kanazawa é precisamente isso, uma cidade que permite mergulhar no exotismo do Japão da época feudal: samurais, gueixas, jardins magníficos, castelos, casas senhoriais, famosos espetáculos de "nô" (teatro com elaboradas máscaras), a cozinha tradicional, etc. Localizada a noroeste de Tóquio, no Mar do Japão, Kanazawa é uma cidade muito importante na história japonesa, tendo sido sede do clã Maeda, o mais poderoso após os Tokugawa, e teve a sorte de escapar aos bombardeamentos aliados da Segunda Guerra Mundial, conservando, por isso, quase intacto todo o seu património histórico e artístico.

Mas, acima de tudo, Kanazawa é artesanato e requinte, é cerâmica de Kutani e Ohi, lacados Wajima em folhas e pó de ouro, quimonos de seda Kaga-Yuzen... Tudo incluído numa rota turística concebida para espremer todo o sumo de Kanazawa. Não é por acaso que a Unesco designou Kanazawa cidade pertencente à Rede de Cidades de Artesanato e Arte Popular. Kanazawa é uma oportunidade de viajar ao passado que não poderá perder.

Cultura e tradição

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Terra de jardins

Como em todas as culturas da humanidade, os jardins nascem da necessidade humana de estar em contacto com a natureza. No entanto, para o Japão, os jardins são muito mais do que isso e fazem parte integrante da sua cultura, das suas idiossincrasias.

Os jardins japoneses são, muitas das vezes, um meio para facilitar a meditação, de ajudar a alcançar um estado de tranquilidade interior, que a agitação de outros lugares tornaria impossível. São, praticamente, sinónimo de relaxamento e tranquilidade. Um refúgio de paz no meio da confusão de uma civilização que parece viver constantemente no futuro.

Os primeiros apontamentos sobre jardins japoneses estão registados na obra Nihon Shoki, que data de 720. Uma tradição que começou como uma coutada privada de reis e aristocratas e foi, gradualmente, se estendendo a outras camadas da sociedade até chegar a toda a população, tornando-se parte integrante da tradição nas casas do Japão, nos seus parques, templos ou santuários, palácios e castelos...

A estrutura do jardim japonês responde à própria geografia do arquipélago nipónico: uma série de rochas que simulam ilhas rodeadas por um lago com formato do mar de Seto. Além disso, o jardim japonês contém uma visão xintoísta do cosmos, um grande vazio que é preenchido com objetos. Mas, acima de tudo, o que chama a atenção é a beleza da sua simplicidade e o aroma bucólico que fica impregnado em tudo. Porque os jardins japoneses não se visitam, desfrutam-se.

O Japão está salpicado de magníficos jardins, mas alguns dos mais conhecidos são o de Isuien em Nara, o de Saihoji (o chamado Templo de Musgo), Ginkakuji (o Templo do Pavilhão de Prata) e Kinkakuji (o Templo do Pavilhão Dourado) em Quioto, o jardim do castelo de Ako, o Kokyo Higashi Gyoen, o jardim do Oriente do Palácio Imperial em Tóquio. No entanto, não é difícil deparar-se com um em qualquer caminhada em qualquer vila ou cidade do Japão.

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